Deixamos claro que as duas técnicas são permitidas, onde para a avaliação da jornada de trabalho a técnica da cabeça artificial é a mais adequada, pois a MIRE se mostra inviável para tempos elevados de medição que é uma questão fundamental para a avaliação da exposição do trabalhador.
A técnica do microfone Mire necessita de correções complexas por indivíduo o que demanda de tempo, profissionais especializados e qualificados, conhecimento nas técnicas de processamento de sinais. Além disso, para uma jornada de trabalho onde há pausas e retirada do fone ou head-set, questões como incômodo do usuário e colisão do microfone mire no canal auditivo são uma realizada, pois ao mexer no fone ou troca-lo de orelha sinais espúrios e erros de medições são uma questão importante, deixando essa técnica mais susceptível a erros de avaliação. A técnica MIRE por se normalmente mais barata acaba sendo induzida de forma equivocada por alguns profissionais tendenciosos, o que vem provocando imperícias e laudos incongruentes devido aos erros e as necessidades de correções para o campo difuso por indivíduo no caso do teleatendimento. A técnica MIRE individualiza os resultados, onde as medições em grande período e número de amostras tornam essa técnica mais demorada e com interferências do avaliador nos resultados, não adequado para a neutralidade e idoneidade dos processos de medição com respaldo técnica e legal dentro de uma cadeia de custódia e necessidade de se aproximar a realidade com avaliações representativas.
Artigo internacional com comparações entre técnicas, onde é destacado o Manequim normalizado:
A medição da exposição ao ruído dos fones de ouvido de comunicação representa um desafio metodológico. Embora vários padrões descrevam métodos para medições gerais de ruído em configurações para a análise da exposição ocupacional, estes não são diretamente aplicáveis às avaliações de ruído em fones de ouvido de comunicação (clique aqui).
Para medições próximas as orelhas métodos específicos foram especificados pela Organização Internacional de Normalização (ISO 11904), como o microfone MIRE e a técnicas ouro do manequim (cabeça artificial). Métodos mais simples também foram propostos em alguns padrões nacionais, como o uso de orelhas artificiais e simuladores de propósito geral, em conjunto com correções de um único número para converter medidas para o campo difuso equivalente. Essa conversão que é dificultada quando aplicado o MIRE, mas é fundamental para comparação com os limites normativos. No artigo especialistas posicionaram os auscultadores de comunicação, supra-aural e de inserção em quatro configurações de medição diferentes (tipo 1, tipo 2, orelhas artificiais tipo 3.3 e manequim acústico como método ouro comparativo). As medidas foram tomadas em condições silenciosas de laboratório. Os dados foram transformados em níveis de pressão sonora de campo difuso equivalente usando procedimentos de correção de terça de oitavas. Os resultados indicam que a orelha artificial chamado de metodo Tipo 1 não é adequada para a medição da exposição de som nos fones de ouvido de comunicação (chamada de técnica de orelha artificial de bancada), enquanto as orelhas artificiais tipo 2 e tipo 3.3 estão de acordo com a técnica de manequim acústico que é considerado como a técnica ouro da cabeça artificial da ISO 11904-2. As correções de número único foram aplicadas no artigo para avaliar a agrande incerteza de medição, tornando preferível o uso da transformação com o uso das terças de oitavas.
O artigo que permite concluir de forma neutra a importância da correção conforme a Norma ISO 11904 destaca. Essa correção é praticamente inviável quando se está usando a técnica do microfone MIRE para a jornada de trabalho, pois deve ser realizada por indivíduo e em terça de oitavas. Além disso, o indivíduo antes das medições deve passar pelo ambulatório médico para limpeza do ouvido adequando-o para medições com o MIRE.
A 3R Brasil Tecnologia Ambiental junto com o DEM-Departamento de Engenharia Mecânica da PUC-Rio desenvolveu uma metodologia reprodutiva e adequada para a área de teleatendimento. Com o uso da cabeça artificial padronizada KU100 em conjunto com o equipamento svantek 102 (áudio-dosímetro especial de dois canais) e um dispositivo de casamento de impedância que possibilita a medição em dois canais simultâneos com os dois ouvidos da cabeça artificial, qaundo um terceiro equipamento mede os níveis de pressão sonora do ambiente. Com esta técnica avalia-se adequadamente e com rastreabilidade dois operadores de teleatendimento de forma simultânea e ainda o ruído ambiente. Comprovando as correções adequadas e desvios para campo difuso e comparação direta com os limites normativos.
Método OURO da Cabeça Artificial: